ANTHERO DE QUENTAL


OLIVEIRA MARTINS


O critico litterario—O economista—O historiador—O publicista—O politico

 

 

 

LISBOA
TYPOGRAPHIA DA COMPANHIA NACIONALEDITORA
50, Largo do Conde Barão, 50
1894

 

 

 

 

OLIVEIRA MARTINS

 

 

 

 

ANTHERO DE QUENTAL


OLIVEIRA MARTINS


O critico litterario—O economista—O historiador—O publicista—O politico

 

 

 

LISBOA
TYPOGRAPHIA DA COMPANHIA NACIONALEDITORA
50, Largo do Conde Barão, 50
1894

 

Os Luziadas, ensaio sobre Camões asua obra, em relação á sociedade portugueza e ao movimento da Renascença, porJ. P. de Oliveira Martins. Porto, 1872.

Se a escóla ethnologica está representada, entre os escriptores novos, pelosr. Theophilo Braga, a escóla social e historica—a unica, talvez, a quepropriamente se devêra dar o nome de philosophica—acaba de achar igualmenteentre nós um digno representante num escriptor moço e do maior futuro, o sr.Oliveira Martins, que num livro recente estudou, a proposito de Camões (e paranos explicar Camões), a litteratura portugueza do seculo XVI, noponto de vista largo e comprehensivo, ao mesmo tempo politico e psychologico,que caracterisa esta ultima escóla.

Neste ponto de vista, a litteratura de um povo, considerada como um todosymetrico, uma obra gigantesca e collectiva, apresenta-se como a expressão doseu espirito nacional, determinado não por tal ou tal elemento primitivo e, porassim{6} dizer, physiologico, mas pelos elementoscomplexos, uns fataes outros livres, uns criados outros herdados, cuja syntheseconstitue a idéa da sua nacionalidade—raça, instituições, religião,tradição historica e vocação politica e economica no meio dos outros povos. Aidéa nacional, na sua evolução, determina gradualmente o que se póde chamar otemperamento da nação; e, se esta surda fermentação se manifesta em tudo, nosseus actos e nos seus pensamentos, revela-se sobretudo na sua imaginação, istoé, no seu ideal, cuja expressão mais livre é a arte e a litteratura. Nestainvisivel circulação da seiva interior ha periodos, periodos de revolução, deprogresso, de retrocesso, de incubação ou de plenitude de forças: a estescorrespondem invariavelmente os periodos artisticos e litterarios, com suasvariações de intensidade, lenta formação de escólas, morbidos estacionamentos,subitas e inflammadas florescencias. E, como nesta vegetação collectiva, cadaramo, cada folha, cada fructo, se alimenta com a seiva commum e tem umavitalidade proporcional á força que trabalha o grande tronco, o espiritoindividual acompanha o espirito nacional nas suas evoluções, gradua pela dellea sua intensidade: a sua liberdade interior tem por limites, realisando-se, ascondições do meio em que se desenvolve, e o genio do artista, do poeta, aindaquando protesta e se revolta, é sempre adequado ao genio do seu povo eda sua época. É por aqui que a historia litteraria se liga á philosophia dahistoria, ou antes, que faz parte della. As grandes épocas litterariascoincidem com as épocas de plenitud

...

BU KİTABI OKUMAK İÇİN ÜYE OLUN VEYA GİRİŞ YAPIN!


Sitemize Üyelik ÜCRETSİZDİR!