Notas de transcrição:
O texto aqui transcrito, é uma cópia integral do livro impresso em 1901.
Foi mantida a grafia usada na edição original de 1901, tendo sido corrigidos apenas pequenos erros tipográficos que não alteram a leitura do texto, eque por isso não foram assinalados.
ALBERTO PIMENTEL
Os Netos
de Camillo
LISBOA
EMPREZA DA HISTORIA DE PORTUGAL
Sociedade editora
LIVRARIA MODERNA
R. Augusta, 91
TYPOGRAPHIA
35, R. Ivens, 37
MDCCCCI
OS NETOS DE CAMILLO
CAMILLO CASTELLO BRANCO
(Copia de um retrato a crayon que pertence aos netos do grandeescriptor)
ALBERTO PIMENTEL
OS NETOS DE CAMILLO
Das flôres surgirão pomos?...
Se Deus regar os arbustos!TOMAZ RIBEIRO.
LISBOA
EMPREZA DA HISTORIA DE PORTUGAL
Sociedade editora
LIVRARIA MODERNA
R. Augusta, 91
TYPOGRAPHIA
35, R. Ivens, 37
MDCCCCI
D. ANNA ROSA CORREIA
Fui hontem, 20 de agosto, a S. Miguel de Seide fazer uma romagem desaudade.
Quando Camillo era vivo, sempre que eu vim a Santo Thyrso não deixei nuncade visitar o grande romancista na sua melancolica Thebaida.
Agora que elle é morto e repousa longe, no cemiterio da Lapa, fui emperegrinação devota contemplar o tumulo em que viveu e agonisou: a casasolitaria de Seide, onde cada pedra parece ser um epitaphio que choraresignadamente por elle no silencio e na mudez de uma aldea minhôta.
Esta casa, a que o proprio Camillo chamou «o albergue arruinado de S. Miguelde Seide», é uma reliquia historica, um monumento nacional, como a casa deShakspeare em Stratford-sur-Avon ou como a casa de Goethe em Francfort.
É ou deve ser.{6}
Para mim tem o que quer que seja de venerando, como um castellodesmantelado, onde a nossa gente tivesse ganho outr'ora cem victoriasgloriosas, de que eu proprio houvesse sido testemunha...
Sahi de Santo Thyrso ao amanhecer e almocei em Landim.
Devo ao sr. Adriano Trêpa, meu presado amigo, a honra de acompanhar-me.
Vi de passagem a cêrca do antigomosteiro de Landim, hoje propriedade da familia Leal e Sousa.
Um filho do dono da casa, o sr. Manuel Vicente Leal, que ia a sahir n'essemomento, retrocedeu de bom grado para nos servir amavelmente de cicerone.
Eu, quando viajo,