O ENSINO

DA

HISTORIA DA ARTE NOS LYCEUS

E

AS EXCURSÕES ESCOLARES

POR

Joaquim de Vasconcellos






PORTO
Typ. de A. J. da Silva Teixeira, Successora
Rua da Cancella Velha, 70
1908

[1]

O Ensino da Historia da Arte nos Lyceus

E

AS EXCURSÕES ESCOLARES

Os Documentos que vão lêr-se prendem-se com um problema que julgo deimmediato interesse e da maior influencia educativa. A circular de 25 deoutubro de 1906 é a que recommenda a organisação das excursõesescolares, como elemento pedagogico de capital importancia.

Não é de agora o empenho com que me occupo do assumpto. Ha mais detrinta annos (1877) que em artigos avulsos da imprensa, conferenciaspublicas, opusculos e volumes de critica e de pedagogia da Arte, andopropondo a solução racional e mais economica, dentro dos nossos usos ecostumes, isto é: conforme as boas tradições da arte e da vidaportugueza.

O assumpto vae ser debatido muito brevemente pelo Conselho do LyceuEl-Rei D. Manoel II. Os documentos são ineditos.

É necessario advertir que o elemento estampa, que as figuras (e portantoa Arte) inundaram==é este o termo==os [2] livros, destinados áinstrucção primaria e secundaria, porque o programma official dosconcursos de compendios exige as illustrações, que são applicadas,muitas vezes, sem sombra de criterio, sem o menor respeito pelas leis daesthetica. Já não fallarei do criterio pedagogico, revelado na escolhad'ellas1... Esta questão é apreciada em outro logar2.

Porto, 1 de novembro de 1908.

Joaquim de Vasconcellos.

[3]

DOCUMENTO I

Ill.mo Ex.mo Snr. Reitor do Lyceu Centraldo Porto El-Rei D. Manuel II.

Já em sessão do Conselho do Lyceu3, agradeci a honra de me haveremconvidado para collaborar no programma que convém organisar, no intuitode satisfazer os varios fins do problema educativo que a Circular de 25de outubro de 1906 da Direcção Geral de Instrucção Publica recommenda áattenção do corpo docente dos Lyceus.—Hoje renovo o meu agradecimento erepito que apenas sobre um dos pontos do programma da circular me possopronunciar com conhecimento de causa; o que se refere á visita dosalumnos aos nossos monumentos nacionaes.

Não pertenço ao grupo dos professores que [4] leccionam scienciasphysicas e naturaes, nem ao grupo que ensina geographia e historia. Aesses especialmente compete responder. Como adjunto me considero pois,sómente, como vogal supplementar a quem os seus estudos especiaes sobrea historia da arte e das industrias portuguezas, feitos ha dezenas deannos, dão voto no problema educativo. É unicamente como escriptor epedagogo, que tenho sido n'esses assumptos de educação artistica, queposso prestar algum serviço; como professor do Lyceu não poderia tercompetencia n'uma materia que em nenhum Lyceu do reino é ensinada.

Devo dizer, a proposito, que semelhante materia—estudo dos MonumentosNacionaes—portanto estudo da Arte, em geral, e das suas variasmanifestações decorativas—é hoje ensinada unicamente na Escola deBellas-Artes de Lisboa, em tres cadeiras, segundo a ultima organisação(Reforma de 14 de novembro de 1901)4. A Escola irmã do

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